A 21º Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe, ou Influenza, foi iniciada no dia 10 de abril, mas era exclusivamente prioritária: sendo atendidas primeiramente as crianças (entre 6 meses e 6 anos incompletos), gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto), seguidas dos demais membros desse grupo.
Entretanto, pouco mais da metade do público-alvo compareceu aos postos de saúde e, com isso, as doses restantes foram disponibilizadas a toda a população. Mas, afinal por que parte da população ainda reluta em tomar a vacina?
Medo de injeção e casos de mal-estar podem afastar as pessoas dos postos de saúde
Quem não conhece ou já ouviu falar de alguém, que mesmo fazendo parte do grupo prioritário, acabou evitando a vacinação por receio de reações adversas ou até mesmo por medo de injeções?
Entretanto, segundo Guido Carlos Levi, autor do livro “Recusa de Vacinas – Causas e Consequências”, o brasileiro normalmente não busca se vacinar contra a gripe por confundir a doença com um simples resfriado, o que tornaria a prevenção desnecessária. Ainda segundo o autor, só há um aumento na procura por vacinas contra a Influenza quando casos de infecção por H1N1 são noticiados.
Contudo, vale ressaltar que, apenas este ano, 199 casos de morte por gripe foram registrados no país. Destas, 74,4% foram provocadas pelo H1N1, mas os outros tipos da gripe, dos quais a vacina também protege, são tão perigosos quanto, principalmente para os grupos prioritários!
A prioridade era vacinar os grupos mais vulneráveis
De acordo com o Ministério da Saúde, algumas pessoas estão em condição de vulnerabilidade maior para contrair certas doenças e, por isso, precisam ter um atendimento prioritário. Sendo elas:
- crianças menores de 6 anos;
- gestantes e puérperas;
- idosos com mais de 60 anos;
- trabalhadores da saúde;
- professores das escolas públicas e privadas;
- povos indígenas;
- grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais;
- adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas;
- a população carcereira;
- e os funcionários do sistema prisional.
Mas, vale ressaltar que a existência de um grupo prioritário não implica que o restante da população está livre de contágio. Na realidade, o Brasil é um país muito populoso e imunizar todas as pessoas seria demasiadamente caro, então, o SUS garante a vacinação de pelo menos os grupos mais susceptíveis à doença.
O vírus da gripe é responsável por altas taxas de hospitalização que sobrecarregam o Sistema Único de Saúde e geram um custo anual entre 71 a 167 bilhões de dólares americanos em todo o mundo.
Influenza não é resfriado! Previna-se
De acordo com o Ministério da Saúde, gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocada pelo vírus chamado Influenza e que possui um grande potencial de transmissão. Os sintomas incluem: febre, dor no corpo e tosse seca. Normalmente, dura de um a quatro dias, mas pode evoluir para algo mais grave.
Existem vários tipos de vírus da gripe: A, B, C e o D, este último descoberto em 2011. Tanto o primeiro quanto o segundo são os responsáveis pelas epidemias sazonais, ou seja, o aumento não esperado no número de vítimas durante um determinado período de tempo, como quando o inverno chega. Já o tipo C, costuma aparecer muito pouco e sem uma época do ano correta.
Os vírus ainda podem ser classificados em subtipos, dependendo da proteína que possuam, como, por exemplo, a gripe suína (H1N1) que é diferente da H3N2, mas são do grupo A. Os modos de transmissão da doença são: pelo ar, por contato com secreções como saliva e até por compartilhamento de objetos. Vale ressaltar que é uma das formas mais perigosas da gripe.
Segundo pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de 2011 até 2033, a taxa de mortalidade pelo grupo das Infecções Respiratórias Inferiores, ou seja, doenças como gripe e pneumonia, apresentará o segundo maior crescimento da lista de quatorze causas líderes de mortes do Brasil. Isso representa um aumento de 118,3%, daí a importância da vacinação da maior parte da população.
Procure os Postos de Vacinação
Assim, quem não deseja entrar para o quadro de estatísticas de pessoas que acabam sendo vítimas de Influenzas devem buscar os postos de vacinação mais próximos. Infelizmente, não há doses suficientes para todos e, em algumas cidades, o estoque disponível já acabou.
É importante ressaltar que alguns lugares, não aderiram ainda à disponibilização para a população em geral e seguem com um calendário próprio como:
- Rio de Janeiro: a vacinação segue exclusiva para o grupo prioritário até 15 de junho;
- Tocantins: mantém a vacinação prioritária, cabendo a cada prefeitura a liberação para o público-geral;
- Ceará: vacinação exclusiva até 14 de junho;
- Recife: a campanha segue atendendo apenas ao grupo prioritário por tempo indeterminado.
Outras medidas para evitar a gripe
Se você é do grupo que pretendia se vacinar e não conseguiu, algumas medidas podem ser tomadas para garantir a manutenção da sua saúde como:
- Buscar clínicas particulares que apliquem a vacina;
- Marcar consultas regulares com o seu clínico geral;
- Se você tem episódios frequentes de gripes e resfriados, procurar um infectologista para uma consulta é o mais recomendado;
- Lavar bem as mãos;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- Manter os ambientes bem ventilados;
- E evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais de gripe ou resfriado.
Ao contrário do imaginário coletivo, gripe é coisa séria e precisa de prevenção e tratamento médico sim, por isso não descuide da sua saúde e da de quem você ama! Compartilhe essa informação e comente se você já tomou a vacina este ano. Se ainda não, conta para a gente o porquê!
Um grande abraço e até a próxima!
Equipe Médica Rede VIK
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